Se você é uma daquelas pessoas que dizem “não tenho mais idade para isso”, chegou a hora de rever esse conceito. Uma pesquisa da Universidade Yale, nos EUA, concluiu que o exercício físico retarda o envelhecimento. Mais especificamente, entre corredores, que concorrem em eventos de 5 km e em maratonas e também praticam musculação, o declínio físico relacionado à idade é lento até os 80 anos e improvável de começar antes dos 40 anos.
O estudo foi feito com corredores e maratonistas, mas a lógica se aplica a gente como a gente. A comerciante Luciane Aparecida Tolardo Pucci, 55 anos, é prova disso.
Ela começou a se exercitar há 10 anos. Hoje, de segunda a sexta, vai à academia, onde faz musculação, spinning, pilates, natação e hidroginástica – sem falar do grupo de corrida aos domingos.
Se ela nota que o exercício físico retarda o envelhecimento? “Eu me sinto com muito mais disposição. O exercício me deu suporte para tudo o que faço hoje”, garante.
Especialistas explicam que o declínio físico relacionado à idade está associado à perda de massa muscular, que começa por volta dos 40 anos. A curva é mais acentuada para os inativos e sedentários.
Exercícios de força, além de manter a musculatura ativa, melhora a qualidade do sono e a circulação sanguínea, reduz o índice glicêmico, fortalece as artérias de dentro para fora e diminui a probabilidade de hipertensão, as dores e o cansaço.
Já se convenceu de que é possível, sim, manter suas habilidades com o passar do tempo? Então, confira essas as dicas abaixo:
Organize a sua agenda
Cada pessoa tem uma rotina, mas é essencial encaixar a atividade física nela. Luciane, por exemplo, trabalha de segunda a sábado, mas acorda às 5h para ir à academia. Caso a sua vida seja muito corrida, saiba que 40 minutos de musculação, duas vezes na semana, já faz muita diferença, como diminuir a chance de infarto ou derrame.
Nunca é tarde
Passou dos 40 e sempre fugiu dos exercícios físicos? Isso não te impede de começar agora mesmo. “O segredo é não achar que, pela idade, você não está apto a praticar uma atividade. Vá de acordo com a sua disposição”, recomenda ela, que acrescenta à sua receita de sucesso dois ingredientes: foco e determinação.
Problema de saúde não limita, impulsiona
Marcos revela que recebe muitos alunos sedentários, acima do peso, com colesterol alto, diabetes e problemas de pressão e de coluna, entre outras patologias. E diz que nada disso impede a prática de exercícios físicos. Luciane, por exemplo, começou a praticar esportes com uma hérnia de disco na região lombar. Dez anos depois, tornou-se apaixonada por atividades físicas, que, para ela, fazem bem ao corpo e à alma.
Caminhar, correr ou fortalecer?
Caminhada e corrida ajudam em muitos aspectos. Mas pesquisas relacionadas ao envelhecimento se referem à musculação como o principal exercício. Entenda:
– Caminhar não evita a perda nem gera ganho de massa muscular;
– Correr ajuda a manter a massa muscular apenas dos membros inferiores;
– Tanto a caminhada quanto a corrida não são indicadas para pessoas com artrose no joelho ou próteses de quadril, por exemplo. Assim como pedalar, essas atividades podem piorar esses e outros quadros;
– A musculação fortalece os amortecedores das articulações, que são os músculos, e melhora a força, a velocidade de caminhada e até atividades corriqueiras, como sentar e levantar de uma cadeira ou pegar uma criança no colo.
Por isso, consulte um especialista em Medicina Esportiva, como o Dr. Marcelo Pi.